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...saia da internet e vá ler um livro!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

você 2

você é o único
que acha meu desastre
uma gracinha.

você 1

eu não tenho certeza de muita coisa na minha vida,
mas eu sei que não importa o quanto eu tente
parar de ser tão romântica...

eu não consigo me controlar
quando eu vejo
teus olhos fechados
escuros
teu sorriso...
simplesmente faz
meu coração disparar
como se fosse a primeira vez.

todas as músicas que falam de amor são sobre nós dois,
todas as histórias que falam de amor
não são tão maravilhosas
quanto a nossa.

tudo o que há de doce e amargo no mundo
é você.

dapaplec tuplim plim.


água e gordura
carbonato de sódio
detergente
amor e ódio.

depois de tudo,
minha maior inspiração
não passa
de bolinha de sabão.

roda gigante & algodão doce

conheço mil músicas que se tratam disso:
ir pra cima e pra baixo,
rápido demais
confundido a maneira como você se sente.

tentando não ser tão cliché,
não te chamo de montanha russa:

és todo o parque de diversões.




"você me faz andar de montanha russa e depois me mete no trem fantasma, sabia? e sempre me dá um ursinho de brinde no final."

terça-feira, 11 de maio de 2010

parênteses para a realidade.

A Revolta da Catraca de Florianópolis foi uma manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus aqui na ilha, em 2004 e 2005. Nas duas, conseguimos contar com a presença de milhares de pessoas - estudantes ou não, de todas as idades. A tarifa abaixou após muita luta, e, mesmo depois do boicote ao prefeito Dário Berger, ele acabou sendo reeleito ("esqueceram" da Moeda Verde, né?), resultando em aumentos todos os anos.
O Movimento Passe Livre e a união em geral dos estudantes de Floripa pecou muito nos anos seguintes, com manifestações fracas e desorganização (eu sei, eu estive lá). Entretanto, neste ano de 2010, parece que alguma coisa vai acontecer.Ontem, dia 11 de maio, foi o segundo dia de ação dentro da Ilha. Sexta-feira o ato contou com 500 pessoas, e segunda com mais do dobro. Foi lindo, foi organizado, foi tranquilo (exceto por parte da repressão policial como sempre).
Nesta quinta-feira, dia 13 de maio, irá ocorrer o Grande Ato Unificado às 17h em frente ao TICEN. Contamos com a presença de todos (você, sua família, seus amigos) para OBRIGARMOS a prefeitura à conquistar nosso direito ao Passe Livre (lei aprovada desde 2004) na prática.
Chega de repressão ao direito estudantil. Chega de preços abusivos em ônibus de péssima qualidade. Vamos lutar juntos pela municipalização do transporte! Fora Dário, fora máfia do transporte. PASSE LIVRE JÁ!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

solidão

Alguém: 01/04/2006 13:48
Tenho 16 anos e nunca transei nem ao menos beijei alguém.Tenho pensado em suicídio por me sentir um alienigena.Gostaria de saber como é a sensação de prazer de um beijo ou de sexo mas creio que morrerei antes.infelizmente.

Alguém: 05/04/2006 16:46
Eu queria muito ter comparecido ao encontro mas infelizmente não pude pois fiquei com medo de talvez chegar lá e ser um "zero a esquerda".Além do mais,sofro de um tipo de depressão e certamente não me sentiria bem em um lugar onde não conheço ninguém.Vc é um rapaz bonito e por sinal muito inteligente.Tenho o famoso complexo de inferioridade e só de imaginar que teria que ver outros garotos,fiquei deprimido e desanimado.Já te adicionei no msn.por favor me aceite.beijos pra vc.

Alguém: 07/04/2006 15:18
eduardo,amanhã (sábado) eu estarei conectado ao msn a partir das dez horas da manhã.Sepuder entre também nesse horário.Eu gostaria muito de falar com vc.Abraço.

Alguém: 10/04/2006 21:32
eduardo,eu deveria ter esperado sua ausencia.

O Gafanhoto

escrito em 12/2004
revisado e modificado em 10/2008

O barulho parecia estar em todos os lugares. Mato adentro, estrada afora. Por onde quer que olhasse, o barulho do gafanhoto na sua demência bêbada e estridente ecoava. Ecoava. Ecoava.
Aproximar-me não pareceu, talvez, nenhum tipo de pretenção contra o gafanhoto. Apenas curiosidade.
Ao procurar no escuro cegamente pelo inseto, pude perceber que já encontrava-me no meio do terreno baldio. Que situação ironicamente assustadora! Que tipo de garota perderia a si própria na tristeza do canto de um gafanhoto?
Se olhasse para o horizonte, não via-se nada alem de um escuro estranhamente vazio. Olhando-se à esquerda, eu via um estábulo feito de madeira velha e visivelmente molhada e mofada. Se virava-se à outra direção, poderia ver com facilidade um portão feito da mesma madeira. Observando tamanha beleza tétrica, das quais só se vê em ambientes noturnos e úmidos como era a situação, talvez esqueci-me do mais importante, da minha amarga busca ao inseto errante - preocupei-me mais com minha mente tão errante quanto. Menina burra, menina estranha!
Ao prestar atenção no som, pude constatar que o animal talvez encontrava-se perto do estábulo. Aproximei-me mais, pisando na grama gelada com minhas meias soquete, sentindo meus pés umedecerem a cada passo. O som estava mais alto. Valia a pena. Já não era mais uma futilidade infantil: agora era uma meta, um objetivo a ser seguido. Estava quase. Agora eu já via claramente as plantas mortas e secas prendendo-se na madeira, como num pedido sufocado de vida. Cheguei perto. Parecia-me que o som realmente vinha dali, estava ficando mais alto. Olhei pra trás, num impulso: o som também vinha de lá. Vinha de cima, de baixo, de todos os lados! Senti que estava afogando-me no som agudo e pausado, senti que estava viciando-me nele, um vicio sufocante! Caí no chão num baque seco - parecia-me que todo meu ar havia acabado e que meu sangue havia endurecido de medo. De todo aquele misto de sensações, a que prevalecia superior era a agonia, o sentimento de ir lentamente queimando-se de dentro pra fora, de ir morrendo! Não havia com escapar de lá, não havia como escapar do pensamento, de si mesmo! O som não vinha da grama, de longe, do estábulo: estava em todos os lugares, no meu cérebro e nos meus pensamentos, em cada detalhe da minha personalidade, era a minha vida e a minha morte.
o objetivo inalcançável de atingir um som intracelular fazia-me contorcer em mim mesma, gritava e não emitia nem um suspiro... estava dentro da minha mente!

domingo, 2 de maio de 2010

me disseram que os piercings não combinam comigo.
revidei dizendo que a sobrancelha da Frida também não, mas duvido que alguém não a reconheça por isso.

estou ficando fraca.
da próxima vez cito Shakespeare ao invés de Bukowski.
vou colocar um piercing no meu lobo frontal
(pra combinar com minha racionalidade.)
gente imbecil.
odeio gente imbecil.

liberdade.

"O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se acorrentado"
Jean-Jacques Rousseau


engraçada essa história de liberdade. nós nos gabamos tanto, todos os dias, por estarmos livres fisicamente, livres espiritualmente, livres em todos os sentidos que nunca fomos. "conquistamos a liberdade de expressão", dizem. "somos responsáveis pela liberdade de escolha", dizem. eu digo... nós não somos responsáveis. nós não estamos livres. ainda.
percebem? somos escravos desde a raiz. somos escravos do nosso inconsciente, dos nossos órgãos internos, das nossas vontades mais ínfimas... falando de modo mais abrangente, mais "macro", somos escravos de nós mesmos. somos escravos da televisão, dos padrões, de todas as invenções superficialmente materializadas para satisfazer alguma coisa que não encaixava no nosso espírito. matamos moralmente quem se diz medíocre, e a falsa modéstia é encarada de forma negativa. somos tão desconexos, tão paradoxais, que estamos morrendo através do que nós próprios criamos para viver mais!
é melhor dormir e esperar que a neutralização de toda a desgraça que foi feita resulte em alguma coisa. se fôssemos tão livres, não estaríamos agora tendo que tornar todos os nossos produtos poluentes e nojentos em papel e plástico reutilizável. não estaríamos morrendo de câncer por causa do fluido de bateria e óleo nos lençóis freáticos. somos os únicos animais que pegam o livre-arbítrio e enfiam ele numa gaiola de vivissecção.

isso não é novidade, mas a descrença na humanidade se tornou demodé.
vamos depositar nossos salários pra salvar instituições de salvação religiosa e esquecer o genocídio no oriente médio. claro. é assim que deve ser. geração saúde, geração livre...
geração piada.