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...saia da internet e vá ler um livro!

sábado, 26 de junho de 2010

releve

momento desabafo bipolar paradoxal:

QUE SAUDADE DE TER INIMIZADES!!!! HOJE EM DIA NA MINHA VIDA NÃO ACONTECE NADA, NADA DE NADA, EU NÃO TENHO PREOCUPAÇÕES QUANTO À OUTRAS PESSOAS, VIREI UMA MULHER INDIFERENTE À OPINIÕES, NÃO SINTO MAIS AQUELA DORZINHA NO CORAÇÃO DE TER ALGUÉM DE QUEM PENSAR OU FALAR MAL, NÃO SINTO MAIS MEU CORAÇÃO FERVENDO POR UMA PESSOA DA QUAL ODEIO E (SECRETAMENTE) TENHO AFEIÇÃO POR ME DAR UM MOTIVO PARA SENTIR-ME MAL DIARIAMENTE. TODOS OS DIAS EU ACORDO INSATISFEITA, PENSO ESTAR INFELIZ, E PROCURO MOTIVOS PARA INFELICIDADE... E SIMPLESMENTE NÃO EXISTEM! A PIOR TRISTEZA É A DE NÃO SABER PORQUÊ. EU NÃO SEI, NÃO SEI MAIS PORQUE ME SINTO INFELIZ, NÃO TENHO ALGUÉM A QUEM CULPAR PELO MODO COMO ME SINTO E ISSO ME MATA!!! ME MATA!!! COMO SOBREVIVER SEM PODER BOTAR A CULPA EM ALGUÉM? SOCORRO!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

solidão existencial

subst f infelicidade [ĩfəlisi'dadə]
1 estado ou qualidade de não ser feliz


feliz daquele que é triste,
pois reconhece que
tudo o que existe
coexiste.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

delírio sirenal

mãos estendidas, dedos encostados, unhas verde-água tapando o rosto. os dedos se entreabrem, abrem frestas, denunciando o que havia por trás da mão pálida de pele fina porosa: dois olhos castanhos. mas não são apenas dois olhos castanhos comuns... dentro deste globo ocular fino e translúcido, íris de madeira, através de todas as veias, nervos, córnea e retina, por dentro dos impulsos nervosos, elétricos e emocionais, há uma hidrotransparência. neste sonho aquático dentro dos meus olhos há um lago muito claro, centenas de peixes-borboleta e águas-vivas nadando dentre os corais multicoloridos. mais fundo na água avistam-se pedras-pome, algas, cianofíceas e, quando o ar começa a se extinguir por completo, cada vez mais fundo entre as cavernas subaquáticas e abismos, está meu maior delírio. seres sirênios cantando sinfonias de golfinho, pele escamosa, cauda de peixe, cintura e seios de mulher. cabelos finíssimos movendo-se de acordo com as moléculas de hidrogênio, lentamente, formando ondas psicotrópicas. rosto de pedra água marinha, boca de ametista, e olhos...
olhos castanhos.
íris cor de madeira.
delírio sirenal.

domingo, 13 de junho de 2010

sobre confiança e confidência

eu gosto
deste gosto
desgostoso
do gozo
de gostar
de alguém.

just like heaven


eu vou sobreviver.
no final, por mais que doa, apesar de todos os cortes e choros,
depois de todos os gritos, depois de todos os impulsos...
eu vou sobreviver.

terça-feira, 1 de junho de 2010

fragmento

Da casa onde estava sentado, ele estica o braço direito e aponta o dedo indicador para a inocente menina que se mantinha imóvel enquanto amarrava o cadarço de suas botinhas na calçada. De repente ela levanta sem expressão no rosto, se vira em direção à rua movimentada e fica parada olhando para trás como se estivesse esperando por algo. Até este momento, ainda com o dedo apontado para a garota, ele agora observa a rua movimentada e abre um enorme sorriso quando vê o caminhão vermelho de entregas que se aproxima em alta velocidade. Agora ele olha novamente para a menina , que solta a sacola e sai correndo para o meio da rua. Não houve tempo para o caminhão desviar.
A roda do caminhão, antes suja apenas de lama seca, agora ostentava um aspecto horrendo de carne e sangue fresco pingando no asfalto quente. O motorista, trêmulo e apavorado, não continha as lágrimas de desespero ao ver o cadáver estirado no chão. Sentia culpa, remorso, uma angústia seca e agoniada, levava as mãos ao rosto gordo e engordurado que agora era observado por dezenas de pedestres desviados de suas rotinas. Ouvia gritos de horror, choro, desaforos. Alternava sua visão entre a carne e ossos amassados embaixo da roda de seu inocente caminhão de entregas e os olhares da população enfurecida. No seu cérebro, repetia inconstantemente: “eu tentei desviar, eu tentei desviar, eu tentei desviar...”