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sexta-feira, 18 de junho de 2010

delírio sirenal

mãos estendidas, dedos encostados, unhas verde-água tapando o rosto. os dedos se entreabrem, abrem frestas, denunciando o que havia por trás da mão pálida de pele fina porosa: dois olhos castanhos. mas não são apenas dois olhos castanhos comuns... dentro deste globo ocular fino e translúcido, íris de madeira, através de todas as veias, nervos, córnea e retina, por dentro dos impulsos nervosos, elétricos e emocionais, há uma hidrotransparência. neste sonho aquático dentro dos meus olhos há um lago muito claro, centenas de peixes-borboleta e águas-vivas nadando dentre os corais multicoloridos. mais fundo na água avistam-se pedras-pome, algas, cianofíceas e, quando o ar começa a se extinguir por completo, cada vez mais fundo entre as cavernas subaquáticas e abismos, está meu maior delírio. seres sirênios cantando sinfonias de golfinho, pele escamosa, cauda de peixe, cintura e seios de mulher. cabelos finíssimos movendo-se de acordo com as moléculas de hidrogênio, lentamente, formando ondas psicotrópicas. rosto de pedra água marinha, boca de ametista, e olhos...
olhos castanhos.
íris cor de madeira.
delírio sirenal.

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